segunda-feira, 15 de julho de 2013

“Psicose Política”

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Só não vê quem não quer ver, mas vivemos num País onde a política está doente. Muito doente.  Se  tomarmos a definição científica do termo, "um estado psiquico no qual se verifica certa perda de contato com a realidade", podemos dizer que a política brasileira está psicótica, bipolar.

Os  representantes políticos não representam mais a vontade dos seus eleitores.   Representam apenas as suas próprias vontades. Vontades de poder. Usam deste poder para obterem vantagens e melhores condições para se perpetuarem neste mesmo poder.   Os partidos políticos perderam a essência das suas existências.  Existem por lei, mas inexistem como agremiações de idéias, ideais, ideologias políticas.

As composições partidárias, em nome da  “necessária  governabilidade”  decretaram o fim das oposições e conseqüentemente o início de um novo sistema político onde todos são poder e todos são oposição ao mesmo tempo.  É lógico que não existe nenhuma lógica nisto, mas é assim que estamos fazendo política no Brasil.

Os partidos que compõem o governo federal, inclusive o PT da Presidente Dilma, organizam  manifestações contra o próprio governo. Estes mesmos partidos usam os seus cargos federais em Ministérios, Secretarias, diretorias, cargos em comissão, para conspirarem contra eles mesmos.  Se isto não é uma doença política, o que é então?    

Os partidos derrotados no último pleito, que deveriam fazer oposição ao governo, se ajeitam no entorno, ocupando ministérios, vendendo votos em troca de emendas, beliscando o que podem quando lhes  é oferecida uma beirada do poder.  Usam do poder buscando a ampliação das estruturas para o próximo embate eleitoral.

Em Santa Catarina as coisas não são muito diferentes. Talvez por contágio, sofremos da mesma doença. Os interesses pessoais estão muito acima dos interesses populares.  Quase todo Secretário  de Estado é candidato a alguma coisa. Todos estruturam suas campanhas em torno das suas secretarias. Tem sido assim nos últimos 20, 30 anos.  Mas agora está muito pior, a doença está em metástase e se alastrou por todas as partes, atingindo até mesmo a oposição.

O PT faz oposição ao governo Colombo, mas quer parceria no apoio à Dilma e por isto estabeleceu uma “oposição light”  assim sendo  foi presenteado com recursos para atendimento às bases dos seus deputados. A velha política de "uma mão lava a outra". 

O PSDB faz parte do governo, usa das estruturas do governo para alavancar as candidaturas de 2014. Mas ontem lançou candidato ao governo do estado, em oposição a Raimundo Colombo. Nem por isto vai sair do governo. Nem por isto o governador vai afastá-lo do governo. 

O PP apóia o governo, mas se prepara para disputá-lo em 2014. O PMDB é governo, mas se sente desprestigiado e também cogita lançar candidato no ano que vem.  Enfim, a doença é a mesma, todos são poder e todos são oposição em SC.  

 Se a política, segundo dizia um antigo senador "é a arte de engolir sapos", a política doente, a política psicótica, a política bipolar,  "é a arte de criar cobras, conviver com elas, alimentá-las com dinheiro público e negociar as composições de cargos e apoios para depois das eleições, seja quem for a nova situação ou a nova oposição".  

 A única coisa que importa  neste processo é que as pessoas sejam as mesmas, sempre as mesmas, como tem sido ao longo dos últimos 30 anos.




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