terça-feira, 26 de novembro de 2013

PAUTA ELEITORAL

Vela, com o Dudu, na Lagoa da Conceição
Os JASC - Jogos Abertos de Santa Catarina- expõem as deficiências e a falta de apoio ao esporte em nosso Estado. Sem pistas de atletismo, sem piscinas, sem ginásios, sem centros de formação de atletas, estamos sem nada!
Uma vez por ano algumas dúzias de abnegados se reúnem para disputar o JASC, que hoje já não revela mais atletas competitivos. É só mais uma festa, com ampla cobertura da imprensa, que também não questiona nada, recebe seu quinhão do Estado e cala.
Afinal, onde temos centros de desenvolvimento e treinamentro de atletas em Florianópolis, em Blumenau, em Joinville, em Chapecó, em Criciúma? Não temos. 
A UFSC praticamente fechou. O departamento de Educação Física da universidade abandonou a pista, as quadras, os ginásios, os programas. Abandonou tudo. Mas isto também ninguém mais questiona.
Governo do estado e as prefeituras  apoiam eventos como o  Iron Man, corridas, maratonas e regatas milionárias, mas não investem nada em formação, em atletismo, remo, natação, basquete, volei, futsal, handebol, tiro, esportes olímpicos em geral.
Falta gestão no esporte. Falta planejamento de curto,  médio e longo prazo. Falta investimento focado na geração de atletas. Chega de eventos!
Um governo seja ele estadual ou municipal, que apenas patrocina eventos, sem apoiar crianças e jovens no desenvolvimento do esporte, é um desgoverno, um governo de meleca.
A função do Estado não é patrocinar eventos, sejam eles de esporte ou cultura. Isto tem que mudar.É preciso apoiar formação, o treinamento, a produção e a circulação.
As políticas públicas de esporte e cultura em Santa Catarina trabalham sempre voltadas ao turismo, com uma visão pequena, tupiniquim, com a pressão mercado hoteleiro. Eventos só eventos, cada vez mais eventos!
Em função disto é urgente, muito urgente, a desvinculação do Esporte e da Cultura, da Secretaria que só pensa em Turismo.
Esta deve ser uma bandeira importante na pauta eleitoral de 2014.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

“Psicose Política”

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Só não vê quem não quer ver, mas vivemos num País onde a política está doente. Muito doente.  Se  tomarmos a definição científica do termo, "um estado psiquico no qual se verifica certa perda de contato com a realidade", podemos dizer que a política brasileira está psicótica, bipolar.

Os  representantes políticos não representam mais a vontade dos seus eleitores.   Representam apenas as suas próprias vontades. Vontades de poder. Usam deste poder para obterem vantagens e melhores condições para se perpetuarem neste mesmo poder.   Os partidos políticos perderam a essência das suas existências.  Existem por lei, mas inexistem como agremiações de idéias, ideais, ideologias políticas.

As composições partidárias, em nome da  “necessária  governabilidade”  decretaram o fim das oposições e conseqüentemente o início de um novo sistema político onde todos são poder e todos são oposição ao mesmo tempo.  É lógico que não existe nenhuma lógica nisto, mas é assim que estamos fazendo política no Brasil.

Os partidos que compõem o governo federal, inclusive o PT da Presidente Dilma, organizam  manifestações contra o próprio governo. Estes mesmos partidos usam os seus cargos federais em Ministérios, Secretarias, diretorias, cargos em comissão, para conspirarem contra eles mesmos.  Se isto não é uma doença política, o que é então?    

Os partidos derrotados no último pleito, que deveriam fazer oposição ao governo, se ajeitam no entorno, ocupando ministérios, vendendo votos em troca de emendas, beliscando o que podem quando lhes  é oferecida uma beirada do poder.  Usam do poder buscando a ampliação das estruturas para o próximo embate eleitoral.

Em Santa Catarina as coisas não são muito diferentes. Talvez por contágio, sofremos da mesma doença. Os interesses pessoais estão muito acima dos interesses populares.  Quase todo Secretário  de Estado é candidato a alguma coisa. Todos estruturam suas campanhas em torno das suas secretarias. Tem sido assim nos últimos 20, 30 anos.  Mas agora está muito pior, a doença está em metástase e se alastrou por todas as partes, atingindo até mesmo a oposição.

O PT faz oposição ao governo Colombo, mas quer parceria no apoio à Dilma e por isto estabeleceu uma “oposição light”  assim sendo  foi presenteado com recursos para atendimento às bases dos seus deputados. A velha política de "uma mão lava a outra". 

O PSDB faz parte do governo, usa das estruturas do governo para alavancar as candidaturas de 2014. Mas ontem lançou candidato ao governo do estado, em oposição a Raimundo Colombo. Nem por isto vai sair do governo. Nem por isto o governador vai afastá-lo do governo. 

O PP apóia o governo, mas se prepara para disputá-lo em 2014. O PMDB é governo, mas se sente desprestigiado e também cogita lançar candidato no ano que vem.  Enfim, a doença é a mesma, todos são poder e todos são oposição em SC.  

 Se a política, segundo dizia um antigo senador "é a arte de engolir sapos", a política doente, a política psicótica, a política bipolar,  "é a arte de criar cobras, conviver com elas, alimentá-las com dinheiro público e negociar as composições de cargos e apoios para depois das eleições, seja quem for a nova situação ou a nova oposição".  

 A única coisa que importa  neste processo é que as pessoas sejam as mesmas, sempre as mesmas, como tem sido ao longo dos últimos 30 anos.




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Por uma Constituição Popular

Nos últimos 18 anos, os governos (PSDB e PT) tiveram a oportunidade de mudar o Brasil. Não mudaram. Preferiram manter-se às custas do apoio às multinacionais, aos bancos, às privatizações duvidosas, ao assistencialismo barato, compra de votos para reeleições, compra de votos para garantir maioria no Congresso, indicações de juízes no STF para garantir que a justiça não seja feita, ou seja, fizeram de tudo pelo poder, em vez de fazerem as mudanças estruturais sérias e necessárias na saúde, na educação, as reformas política, tributária e social. Agora todos colhem o que plantaram. É isto!
A única saída para o País hoje é uma Constituinte exclusiva, sem a participação deste parlamento podre, preguiçoso, inconsequente, não representativo. O Brasil precisa de mudanças. Mudanças profundas e estruturais. Mudanças neste processo político falido, onde um Senador do Acre ou do Amapá tem o mesmo peso político de um Senador de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Este é apenas um exemplo da falta de representatividade do Congresso, ou será que ninguém percebe? O Brasil é governado por coronéis do Norte e do Nordeste que não representam a maioria do povo brasileiro, concentrado nas regiões Sul e Sudeste. Representatividade tem que ter proporcionalidade, isto é básico. Precisamos de mudanças nas questões tributárias, com menos impostos e com redistribuição da arrecadação de forma justa aos estados e municípios. O Brasil precisa de políticas que garantam a aplicação dos impostos em obras e serviços que atendam aos brasileiros. Não dá mais para aceitar leis e decretos que tratam o poder público de forma diferenciada do resto da população, onde um magistrado, um deputado, um ministro, recebem mensalmente auxílio alimentação, auxílio moradia, gratificações das mais diversas, muito maiores que o salário anual de um trabalhador na educação, na saúde ou na segurança.  Chega de leis injustas, chega de assistencialismo barato com o dinheiro público. Chega de mordomias absurdas pagas com o dinheiro público. Viagens demais, ministérios demais, secretarias demais, assessorias demais, diárias demais, gastos com publicidade demais.
O Brasil também precisa de um novo código civil,  precisa de uma justiça justa e não burocrática como a de hoje, com seus processos arrastados, infindáveis, que só beneficiam advogados e réus. Uma justiça ágil e justa.  A sociedade, desta vez, precisa participar mais do processo constituinte. Já temos remendos demais na Constituição que era para ser cidadã em 1988, mas que passados 25 anos, se vê que foi pensada para perpetuar uma politica injusta e não representativa, com poderes absurdos aos presidentes que administram o País sem o Congresso, através dos mesmos métodos da ditadura, sem decretos, mas através das famigeradas medidas provisórias. Pelo fim da reeleição, pelo fim das medidas provisórias, por um parlamento unicameral, proporcional e representativo, pelo parlamentarismo. Pelo Brasil Novo, pelo Brasil que todos querem,  que venha uma Constituição, uma Constituição Popular, do povo para o povo!